domingo, 30 de agosto de 2015

Retinopatia diabética: aprenda a manter a visão saudável

O que é retinopatia diabética?

Retinopatia diabética é uma condição que ataca os olhos das pessoas com diabetes mellitus, mais especificamente a retina. A retina é a camada mais interna do olho e é responsável por transformar as imagens que enxergamos em impulsos elétricos que são levados ao nosso cérebro.
A retinopatia diabética é uma das principais causas de perda de visão e cegueira. Quanto mais altos os níveis de glicose (açúcar no sangue), maior a chance de desenvolver lesões na retina.

Achados patológicos encontrados na retinopatia diabética

Quais os sintomas da retinopatia diabética?

A grande maioria das pessoas com retinopatia diabética não apresenta sintomas até que a doença esteja muito avançada. E nestes casos, geralmente, é tarde demais para tentar salvar a visão.
São sintomas de retinopatia diabética avançada:
- visão borrada;
- pontos escuros ou flutuantes;
- dificuldade em focar objetos;
- dificuldade em diferenciar as cores.

Como é feito o rastreamento da retinopatia diabética?

O rastreamento é feito pelo médico oftalmologista através do exame do fundo do olho. Este exame pode ser feito de duas maneiras:
- exame do olho dilatado: o médico pinga um colírio que dilata a pupila e examina diretamente a retina com um aparelho chamado oftalmoscópio.
- imagem digital da retina: são tiradas fotos da retina dos dois olhos através de uma câmera especial. Estas fotos são então avaliadas pelo médico.

Quando começar o rastreamento?

Depende do tipo de diabetes. Nas pessoas com diabetes mellitus tipo 2, independente da idade, o rastreamento começa no momento do diagnóstico. Já nas pessoas com diabetes mellitus tipo 1, o rastreamento começa 3 a 5 anos após o diagnóstico. Crianças com diabetes mellitus tipo 1 devem começar o rastreamento a partir dos 10 anos de idade, se forem diabéticas a pelo menos 3 ou 5 anos. Após iniciado, o rastreamento passa a ser feito a cada 12-24 meses.

Como é o tratamento da retinopatia diabética?

O melhor tratamento é a prevenção. Dá pra prevenir a retinopatia diabética mantendo controlados os níveis de glicose e de pressão arterial. Contudo, quando existe risco de perda de visão, o tratamento é feito com laser ou com cirurgia no olho, dependendo do caso.

Se você é diabético(a), mantenha acompanhamento regular com seu endocrinologista. Glicose e pressão arterial precisam estar sempre bem controladas. Além disso, consulte regularmente com o oftalmologista.

Referência:
1- Fraser CE. Diabetic retinopathy: Prevention and treatment. UpToDate.

Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991

Texto atualizado em 3 de fevereiro de 2019.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Hirsutismo: crescimento excessivo de pelos em mulheres

O que é hirsutismo?

Chamamos de hirsutismo o crescimento excessivo de pelos grossos e escuros em áreas do corpo onde apenas os homens deveriam tê-los. Essas áreas são:
- lábio superior (região do bigode);
- queixo;
- área das costeletas;
- peito e ao redor dos mamilos;
- barriga;
- costas;
- coxas.
É uma condição muito comum, afetando 1 em cada 10 mulheres antes da menopausa (última menstruação).


Quais são as causas do hirsutismo?

Muitas mulheres têm hirsutismo devido a sua genética, ou seja, possuem mães ou irmãs também com excesso de pelos. Outras têm hirsutismo devido a altos níveis de hormônios masculinos no sangue, os androgênios.
A principal condição que leva ao aumento dos androgênios e hirsutismo é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Contudo, existem outras causas menos frequentes como tumores de ovário e doenças das glândulas adrenais.

Que outros sinais/sintomas podem estar associados ao hirsutismo?

Nas mulheres com SOP, além do hirsutismo pode haver:
- alterações menstruais;
- queda de cabelo;
- acne;
Quando os androgênios estão muito elevados, pode ocorrer virilização, ou seja, aumento da massa muscular, mudança do timbre da voz e calvície. Nesses casos, a avaliação deve ser rápida, pois os sintomas podem ser causados por um tumor.

Que exames são necessários na avaliação do hirsutismo?

Dependendo do caso, os seguintes exames podem ser solicitados:
- exames de sangue para dosagem dos androgênios;
- em alguns casos selecionados, exames de imagem da adrenal e testes hormonais.

Como é feito o tratamento do hirsutismo?

Dependendo da causa, o hirsutismo pode ser tratado com:
- remédios chamados anti-androgênios, que diminuem os níveis ou bloqueiam a ação dos androgênios
- medidas locais como depilação convencional com lâmina ou cera, ou definitiva com laser ou eletrólise.

Se você se sente incomodada com o excesso de pelos, procure o endocrinologista e faça uma avaliação para identificar a causa e receber o tratamento apropriado.

Referência:
1- Barbieri RL. Patient education: Hirsutism (excess hair growth in women) (Beyond the Basics). UpToDate.

Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991

Texto revisando em 20 de janeiro de 2019.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Hemoglobina glicada e sua importância no seguimento do paciente diabético

O que é hemoglobina glicada?

Hemoglobina glicada ou hemoglobina A1C é um exame de sangue que mostra a média da glicose nos últimos 2 ou 3 meses.
É um exame importante por dois motivos:
- serve para ajudar a diagnosticar o diabetes mellitus;
- no paciente que já tem o diagnóstico, serve para saber se o tratamento está adequado.


Quais os valores normais da hemoglobina glicada?

Nos pacientes que ainda não tem diagnóstico de diabetes, valores de hemoglobina glicada maiores ou iguais a 6,5% sugerem que este paciente possa ter a doença. Logo, deve-se repetir o exame para confirmar o diagnóstico.
Nos pacientes que já são diabéticos, a hemoglobina glicada deve estar em torno de 7% ou menos. Estes valores querem dizer que a glicose no sangue está bem controlada e o tratamento está sendo feito corretamente.


Com que frequência o exame deve ser feito?

Se os valores da hemoglobina glicada estiverem abaixo de 7%, o tratamento está adequado, logo o exame poderá ser repetido a cada 4 ou 6 meses, dependendo do caso. Mas se os valores estiverem acima de 7%, o tratamento deve ser revisado e ajustado, e o exame repetido em 2 ou 3 meses.

Qual a importância da hemoglobina glicada?

Várias pesquisas científicas mostram que manter a hemoglobina glicada dentro da normalidade ajuda evitar complicações do diabetes como:
- problemas na retina que podem levar a cegueira;
- doenças nos nervos;
- doença renal e hemodiálise;
- doenças vasculares com infarto do miocárdico e acidente vascular encefálico (isquemia).

Se você é diabético, mantenha acompanhamento regular com seu endocrinologista e procure fazer o tratamento da melhor maneira possível para manter a hemoglobina glicada o mais próximo possível do normal.

Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Doutor e Mestre em Endocrinologia pela UFRGS
CREMERS 30.576 - RQE 22.991

Texto revisado em 20 de janeiro de 2019.

domingo, 16 de agosto de 2015

Hipertireoidismo: quando desconfiar se a tireoide está funcionando demais?

HIPERtireoidismo é como se chama a doença em que a glândula tireoide produz hormônios em excesso. É diferente de HIPOtireoidismo. Nesta última há uma diminuição na produção de hormônios.

O que é tireoide?

A tireoide é a glândula localizada na região anterior do pescoço, logo abaixo do pomo-de-adão. É responsável pela produção de hormônios (T4 e T3) que regulam a maneira como nosso corpo usa a energia, ou seja, nosso metabolismo.
A tireoide, por sua vez, é controlada pela glândula hipófise, localizada na base do cérebro, através de um terceiro hormônio chamado TSH.


Quais as causas de hipertireoidismo?

A principal causa de hipertireoidismo é a condição chamada de doença de Graves (se pronuncia "greives"). Na doença de Graves, a tireoide é atacada por anticorpos que a estimulam a produzir T4 e T3 em excesso. É mais comum em mulheres, mas também pode acometer homens. Os pacientes com doença de Graves podem desenvolver, além dos sintomas de hipertireoidismo e aumento da tireoide, doença nos olhos, principalmente se fumarem. Chamamos esta doença dos olhos de orbitopatia de Graves.
Outras causas de hipertireoidismo são:
- nódulos de tireoide tóxicos, ou seja, nódulos que produzem hormônio em excesso;
- tireoidites (inflamação da tireoide). Em alguns casos, essa inflamação é acompanhada por dor na localização da tireoide;
- ingestão de hormônio tireoidiano em excesso.
Obs: nas duas últimas situações o termo semiologicamente mais apropriado é tireotoxicose ao invés de hipertireoidismo.

Quais os sintomas do hipertireoidismo?

As pessoas com hipertireoidismo geralmente têm sintomas como:
- fraqueza, especialmente nos braços e coxas, o que torna difícil a subida de escadas;
- tremores finos, especialmente das mãos;
- aumento da produção de suor e intolerância ao calor;
- cansaço;
- perda de peso apesar do apetite normal ou aumentado.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é simples e feito através da dosagem dos hormônios (TSH, T4 e T3) no sangue. Para determinar a causa do hipertireoidismo, algumas vezes são necessários exames complementares como ecografia e cintilografia de tireoide.

Como é feito o tratamento?

O tratamento depende da causa do hipertireoidismo e pode ser feito com medicamentos, iodo radioativo ou cirurgia.
Caso você apresente sintomas e desconfie que possa estar com hipertireoidismo, procure o endocrinologista para avaliação e tratamento adequados.

Fonte:

1- Ross DS. Overview of the clinical manifestations of hyperthyroidism in adults. UpToDate.


No vídeo, explico as principais diferenças entre HIPERTIREOIDISMO e HIPOTIREOIDISMO.


Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista titulado pela SBEM
CREMERS 30.576 - RQE 22.991
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Texto atualizado em 13 de janeiro de 2019.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DHEA e envelhecimento

A dehidroepiandrosterona (DHEA) e sua forma sulfatada, o sulfato de dehidroepiandrosterona (SDHEA), são produzidos pelas glândulas adrenais, que estão localizadas acima de cada um dos rins. O DHEA é considerado um androgênio fraco, isto é, um hormônio que precisa ser convertido em formas mais ativas para exercer suas funções biológicas. A produção do DHEA atinge seu pico por volta do 25 anos. À medida que envelhecemos, sua produção diminui. Por volta dos 80 anos, a concentração de DHEA é cerca de 80 por cento menor.
Pequenas quantidades do DHEA e do SDHEA são convertidas em androgênios mais ativos (androstenediona, androstenediol, testosterona e 5-dihidrotestosterona) ou mesmo em estrogênios (estradiol e estrona) nas glândulas adrenais, nos folículos pilosos (locais onde crescem os pelos), próstata, órgãos genitais e no tecido adiposo (gordura). Estes hormônios mais ativos interagem com os receptores celulares e não o DHEA propriamente dito. Nas mulheres, DHEA e SDHEA são fontes importantes de efeito androgênico, o que não acontece nos homens.



O interesse em suplementar DHEA é crescente. Vários efeitos benéficos têm sido defendidos, como ação vasodilatadora, anti-depressiva, anti-inflamatória, anti-aterosclerótica e mesmo anti-envelhecimento. Mas será o DHEA a tão procurada "fonte da juventude"?
Em pacientes com insuficiência adrenal, doença caracterizada pela redução na produção de corticoides, o uso do DHEA pode ser útil. Diferentes estudos mostram que o uso de doses entre 50 e 200 mg por dia podem melhorar o bem estar e sintomas psicológicos. Alguns destes estudos também evidenciaram, de forma menos consistente, melhora na função sexual, massa óssea e massa magra. Vale lembrar que estes efeitos benéficos foram observados em pessoas com doença adrenal grave e não na redução hormonal relacionada à idade.
Quando utilizado como estratégia "anti-aging", o DHEA não mostra resultados tão animadores. Ensaios clínicos randomizados têm resultados conflitantes com relação ao bem estar, sendo que a maioria dos estudos não consegue demonstrar esse efeito. Com relação ao aumento de massa magra, os estudos são categóricos em afirmar que o uso do DHEA para esta finalidade não funciona. Apesar de estudos em animais evidenciarem redução de gordura abdominal, a maioria dos estudos com seres humanos não evidenciou este efeito. Outras propriedades não observadas foram  prevenção da perda de memória e prevenção de doenças cardiovasculares.  Por fim, o uso de DHEA pode aumentar a densidade mineral óssea, principalmente no fêmur. Contudo, se esta melhora no tecido ósseo se traduz em prevenção de fraturas, ainda não se sabe.
O uso do DHEA não é isento de efeitos adversos. Aumento da oleosidade da pele, crescimento excessivo de pelos, redução do colesterol HDL ("colesterol bom"), palpitações e surtos maníacos podem acontecer, já que estamos falando de um hormônio androgênico. Outro problema é com relação a sua pureza. Como o DHEA é importado e nos Estados Unidos, é considerado um suplemento alimentar, muitas vezes as apresentações comerciais têm origem duvidosa e concentrações diferentes das informadas no rótulo.
Em resumo, apesar de existir a opção de reposição via oral do DHEA, este tipo de tratamento de "modulação hormonal" traz poucos ou nenhum benefício a não ser que o usuário tenha insuficiência adrenal confirmada. Além disso, os estudos que avaliaram este tipo reposição envolveram poucos participantes e não duraram mais do que 2 anos. Isto compromete muito a capacidade de generalização dos resultados principalmente no que se refere à segurança do tratamento. Logo, como podemos perceber, ainda não foi desta vez que a reposição de um hormônio foi capaz de combater o processo de envelhecimento...

Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia
CREMERS 30.576

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Hormônio do crescimento e envelhecimento

No texto anterior, aprendemos que a medida que o tempo passa, nossas células envelhecem e seus tecidos perdem função. Isso acaba por levar à diminuição nos níveis de alguns hormônios, entre eles o hormônio do crescimento ou GH (do inglês growth hormone). Neste "capítulo", entenderemos um pouco mais sobre como o GH age e o que vai acontecendo à medida que os anos passam...
A glândula hipófise, que está localizada na base do cérebro logo atrás dos nossos olhos, começa a fabricar o GH desde muito cedo, quando ainda estamos dentro do ventre de nossas mães. O gene do GH está localizado no cromossomo 17 e é regulado por interações complexas. A secreção do GH pela hipófise pode ser estimulada ou inibida por diferentes fatores. O GHRH (do inglês growth hormone releasing hormone), por exemplo, é um hormônio produzido na região do cérebro chamada de hipotálamo e estimula a secreção do GH; já a somatostatina, inibe a secreção do GH. Fatores não hormonais também são importantes. A atividade física aumenta a secreção de GH e a obesidade diminui. A liberação do GH pela hipófise acontece em pulsos, isto é, durante a noite na fase de sono profundo, são liberadas grandes quantidades em intervalos pequenos. Esta informação é importante, pois uma dosagem baixa de GH não significa necessariamente que haja deficiência, mas que a coleta do exame foi feita no momento ou de forma incorretos.



Após cair na corrente sanguínea o GH viaja até o fígado onde estimula a produção do IGF-1. É através do IGF-1 que o GH promove o crescimento através da cartilagens localizadas nos ossos longos. Outras funções importantes do GH são aumento da síntese proteica, o que ajuda a formar músculos, e aumento da lipólise, isto é, aumento da queima da gordura estocada.
A medida que ficamos mais velhos, duas coisas acontecem:
1- O hipotálamo reduz progressivamente a secreção do GHRH. Além disso, a hipófise torna-se cada fez menos sensível ao hormônio hipotalâmico. Como consequência, a secreção de GH também cai.
2- Existe a tendência à inatividade com consequente ganho de peso. Como vimos anteriormente, isso também contribui para queda nos níveis do GH. Aqui temos um ponto frequentemente interpretado de maneira incorreta pelos defensores das terapias de "modulação hormonal" para combater o envelhecimento. A queda do GH é consequência da envelhecimento e de um modo de vida sedentário e não a causa! Outro fator que pode piorar a secreção do GH com a idade é a baixa qualidade do sono.
Apesar de todos os indícios apontarem que a queda dos níveis do GH são consequência e não causa do processo de envelhecimento, já foram realizados diversos estudos visando normalizar ou "modular" os níveis deste hormônio na tentativa de manter o bem estar e a juventude. No entanto, os resultados foram ora contraditórios, ora decepcionantes...
Um dos estudos mais bem desenhados sobre o assunto foi publicado na revista médica JAMAem 2002. Neste ensaio clínico randomizado, foram avaliados 131 pacientes (homens e mulheres) com mais de 65 anos. Conforme esperado, o uso do GH ajudou a aumentar a massa muscular, reduzir a massa gordurosa e a melhorar a performance atlética de maneira muito sutil. Contudo, efeitos adversos como inchaço, dores nas juntas, síndrome do túnel do carpo e diabetes foram muito frequentes, o que levou os pesquisadores do estudo a concluir que este tipo de tratamento não deve ser usado, pois os prejuízos à saúde são maiores que os benefícios.
Cinco anos após, em 2007, foi publicada na revista Annals of Internal Medicine um extensa revisão de toda a literatura médica sobre o uso do GH como tratamento "anti-aging". Esta revisão compilou os dados de 18 estudos para chegar às seguintes conclusões:
- os estudos foram curtos demais. Não duraram mais do que 6 meses. Isso limita muito a capacidade de avaliar benefícios e principalmente os possíveis riscos à saúde.
- GH não emagrece. O peso dos participantes se manteve estável. Contudo, em média, houve ganho de 2 quilos de massa magra e perda de 2 quilos de gordura.
- essa mudança na composição corporal não foi capaz de reduzir os níveis de colesterol nem de melhorar a massa óssea após os devidos ajustes às particularidades de cada paciente.
- os pacientes que fizeram uso de GH apresentaram efeitos adversos como inchaço, dores nas juntas, síndrome do túnel do carpo, glicose elevada, diabetes e ginecomastia (crescimento de mamas em homens).
Logo, o uso da terapia de "modulação hormonal" com GH oferece um ganho muito discreto às custas de efeitos adversos muito frequentes e custo elevado. Além disso, estudos com animais têm mostrado que níveis diminuídos de GH estão associados à maior longevidade, uma observação intrigante que põe em cheque a hipótese de que a reposição de hormônio do crescimento seria de fato um tratamento "anti-aging".
Infelizmente, apesar dos fatos científicos e das recomendações em contrário, algumas pessoas ainda buscam e outras ainda oferecem esta falsa "fonte da juventude"...
Fique de olho! E na sequência, conversaremos sobre outros hormônios e seus papéis no envelhecimento.

Referências:
1- Blackman MR et al. Growth hormone and sex steroid administration in healthy aged women and men: a randomized controlled trial. JAMA. 2002;288(18):2282.
2- Liu H et al. Systematic review: the safety and efficacy of growth hormone in the healthy elderly. Ann Intern Med. 2007;146(2):104.

Dr. Mateus Dornelles Severo
Médico Endocrinologista
Mestre em Endocrinologia
CREMERS 30.576